Saímos de Argel, em direcção a Constantine. A ma condução dos Argelinos continua a reflectir-se na auto-estrada. Aparentemente ninguém respeita um único sinal por aqui. Circula-se em alta velocidade pela esquerda, camiões inclusive. Com 3 faixas, a faixa da direita quase nunca tem circulação. Faz-me lembrar outro pais qualquer a beira mar plantado...
Passadas 2H la chegamos a primeira paragem obrigatoria - Djemila!
Djémila, a bela em árabe, localiza-se na wilaya de Setif, na Argélia e é considerada desde 1982 pela UNESCO como patrimônio da humanidade.
Situada a 900m acima do nível do mar, com seu fórum, seus templos e suas basílicas, seus arcos do triunfo e suas casas, Djémila (ou Cuicul) é um exemplo importantíssimo do urbanismo romano adaptado a um lugar montanhoso.
Foi fundada provavelmente do breve reinado de Neiva, entre 96 e 98 d.C..A cidade primitiva ocupa uma posição defensiva geograficamente, sendo instalada entre duas altas montanhas rochosas.
Para poder se expandir, a cidade se voltou ao sul, povoado por habitações privadas e públicas: o arco de Caracalla (216), o templo da Gens Septimia (229), um novo fórum, um teatro e termas, além de uma miniatura da fonte de Meta Sudans, encontrada em Roma.
Os Vândalos se estabeleceram a Djémila por pouco tempo, os Bizantinos recuperaram a cidade em 553. A cidade, abandonada, só foi escavada a partir de 1909.
Segundo a própria UNESCO, é um dos conjuntos de ruínas romanas mais bonitos no mundo. O sol começa a cair e seguimos viagem.
Os kms sucedem-se e la chegamos ao destino - Constantine.
Dois argelinos numa Yamaha XT600 indicam-nos o caminho para o Albergue. São muito simpáticos e divertidos e combinamos uma saída a noite para ver as vistas. O Alexander e o Mohammed aparecem mais tarde e levam-nos por um pequeno tour a volta da cidade de carro. Interessa-lhes tudo o que tenha a ver com motas e nunca tinham visto um GPS ao vivo, fruto da realidade argelina quase fechada ao mundo ocidental/europeu. Parece que fizemos mais dois amigos.
Constantine é a terceira cidade da Argélia e foi construída em volta de uma impressionante garganta/desfiladeiro cruzado por algumas pontes muito originais. Do lado Oeste, encontra-se uma prisão politica (ainda activa!) cujas catacumbas são escavadas nas paredes da escarpa, onde se podem ver algumas grades de janelas de celas. Não consigo imaginar o terror quase medieval vivido por quem ali habita coercivamente.
A vista do cimo da escarpa, ou dos inúmeros pequenos miradouros, é imponente e ao mesmo tempo arrepiante, impropria para quem sofre de vertigens como eu.
Ja é tarde quando nos despedimos dos 2 novos amigos e vamos directos ao albergue. Amanha acorda-se cedo porque vamos entrar na Tunísia!!
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